pouco, muito ou nada.
nada podeis contra o amor,
contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz,
nada podeis.
podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!
[eugénio de andrade]
adeus álvaro, adeus eugénio.
cada bola mata um, prá galinha e pró perú, quem está livre és mesmo... tu!
9 comentários disparatados:
O meu verso preferido do EA é "o passado é inútil como um trapo". E tanto acredito nele que se transformou em lema de viver... E, por me ter ensinado esta lição, EA é o meu poeta preferido. E dizer que EA morreu é inútil como um trapo...
quarta-feira, junho 15, 2005
esse verso acontece num dado contexto. e nesse contexto tem tudo de verdade.
fora desse contexto, e em geral, discordo dele.
o eugénio é um dos meus poetas preferidos [por motivos diferentes dos teus] e, nem a sua vida (a poesia), nem a sua morte (física, obviamente, porque «um poeta não morre») me parecem inúteis como trapos. muito menos dizê-lo - tão só porque quando dizes uma morte, dizes uma vida. ergues um túmulo, negas o esquecimento.
o eugénio morreu porque viveu.
o álvaro morreu porque viveu.
a minha avó morreu porque viveu.
eu morrerei porque estou viva.
e espero que quando eu morrer não apliques essa máxima do "passado ser inútil como um trapo" ou todas as coisas que tenhamos vivido juntas, no passado, não valerão caca nenhuma.
quinta-feira, junho 16, 2005
A ideia não é comentar ESTE post...
mas sim comunicar que já dei resposta ao teu comentário/dúvida/protesto no meu burgo.
:-)
sexta-feira, junho 17, 2005
Obrigado por teres contribuido para que o InSenso de hoje fosse o mais comentado de sempre.
Deixei lá um comment meu (final) emque... me descuidei! É tão grande como um InSenso normal!
:s
Mas pronto, tentei nele resolver todas as questões pendentes.
O Futebol Clerical já tem bases teóricas. Agora, vou propor isto ao D. José Policarpo.
sexta-feira, junho 17, 2005
só eu sei, porque não fico na paróquia!!!!!
;)
sábado, junho 18, 2005
Não quero que passes a ver as coisas da forma como dizes que viste... Quando digo que o verso "O passado é inútil como um trapo" é o meu verso preferido do EA digo-o em relação a tudo o que nos deixa paralizado diante do futuro, porque se interpõe uma imagem de passado... impedindo que se gere uma "memória de futuro"... Entendo o verso no seu contexto... E se o que fica do passado nos impede de agir, de pensar ou de sentir então quase posso achar que não valeu caca nenhuma, porque nos transformou em retalhos apócrifos...
E afirmei que dizer de quem se morre é tão inútil como um trapo porque, se verdadeiramente viveram (em nós ou concnosco) então farão sempre parte dessa memória de futuro que criamos para nós mesmos... E tu estás nessa memória e tudo o resto...
terça-feira, junho 21, 2005
retalhos apócrifos é lindo!
e, completando, quando dizes "o passado é inútil como um trapo", estás a dizer que o passado não é inútil. e não o é porque te permitiu concluir que o é.
para comentar o restante, precisava mesmo que me explicasses melhor esse conceito de "memória de futuro" porque, tanto quanto sei, teoricamente ainda não existe. se é futuro, jamais será memória (é etimologicamente incongruente unir estas duas palavras - e gera confusão conceptual). se é futuro serão expectativas, esperanças, fés, planos... mas não memórias.
carago. explica lá isso melhor.
terça-feira, junho 21, 2005
Memória de futuro não é um conceito meu: é do Geraldi, um prof brilhante brasileiro da Unicamp. Adorei o livro dele "Portos de Passagem"...
Memória de futuro, tanto quanto percebi com recurso às minhas inestimáveis células (Tico & Teco, Bastante Ldas), é a nossa projecção no futuro, aquelas expectativas que nos levam a agir... Porque o futuro também se vai inscrevendo em nós, deixando marcas...
Enfim, um dia explicarei melhor!!!! Capisce?
quarta-feira, junho 22, 2005
tá bem, tá.
quarta-feira, junho 22, 2005
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