cada bola mata um, prá galinha e pró perú, quem está livre és mesmo... tu!

31.12.09

o tempo

não é aquele de que falam os senhores engravatados enquanto apontam para o mapa, decorado de nuvens, pingos, raios e sóis.
é aquele de ponteiros e tique-taques, de carne que se desprende um pouco mais do osso e pende, de pessoas e da falta delas. desse é que eu escolhi falar.
no último dia de todos os anos fico assim. muito nostálgica, cheia de dores, pequeninas e maiorzinhas. descubro sempre muitas coisas sobre mim. sobre como os outros vivem dentro de mim. onde moram, em que esquina se seguram para descalçar um sapato.
dizem que o tempo, esse que passa, tique-taque, cura tudo. mas isso não é verdade. há coisas que nunca param de doer. vão doer para sempre. às vezes mais, às vezes menos. como uma ciática da alma.