cada bola mata um, prá galinha e pró perú, quem está livre és mesmo... tu!

24.2.07

quando os dias são assim

hoje é um dia que começou por ser assim logo bem cedo, ainda de madrugada, enquanto os carneirinhos eram contados, um a um, e recontados, e depois se desvaneceram por algum tempo, curto, demasiado curto.
quando se acorda de olhos muito colados, cheios de uma semi-cerrada má vontade para com a luz, sabe-se de imediato que a madrugada se estenderá por todas as restantes horas, e que o dia será, inequivocamente, assim.
pode até ser que durante essas restantes horas do dia amadrugado possam ter existido almoços de família, amigos, conversas definitivas, conversas indefinidas, ou simplesmente conversas. mas o dia continua a ser assim, mesmo com isso tudo lá dentro. mesmo com os sorrisos. mesmo com as gargalhadas. um dia completamente assim.
o telemóvel pode tocar, é até possível que se atenda:

tou sim…
toucinho é carne de porco!

pode ser que a noite chegue, mais devagar do que em todos os outros dias, mais inquietante. pode ser que a noite seja pagode e forró. pode ser que se brilhe como estrela pequenina, ou pode ser que o apagamento se veja dentro destas coisas redondas logo abaixo das sobrancelhas. ou pode ser que não se veja, mas se pressinta. ou não se pressinta, ou sequer se suponha, ou qualquer outra coisa. isso tanto faz. porque o dia, que entretanto já quase terá entrado para dentro do dia seguinte, continuará assim. muito assim.

tem dias quem dera nada fosse assim, e tem outros dias que são assim, tal como são, e ainda assim são muito bons.

assim.
mas assim como?
ora, como?! assim!

19.2.07

as colonizações

hoje, enquanto tomava café, passei os olhos pelo diário de aveiro.
bla bla, bla bla, carnaval daqui, carnaval dali, bla bla, e eis que, de corpo inteiro, uma menina semi-nua nas páginas centrais do jornal! de mamocas ao léu, muita pluma, muita sandália, muita bunda!
fui ler melhor, só para ver se não me tinha enganado! não, afinal era mesmo verdade. foto tirada em portugal continental. mealhada, ovar ou estarreja, agora já nem me recordo.
depois fui dar uns rolés pelo youtube. no vídeo abaixo, não fossem os casacos, gorros, cachecóis (e afins) iniciais, e qualquer um podia pensar que "estarreja" é um bairro carioca, e não uma cidade portuguesa com certeza!

agora, o que me faz mesmo impressão é como é que as meninas aguentam andar pela rua naqueles trajes diminutos com o frio que está sem apanhar uma pneumonia!

ele há coisas do caneco! ós despois os turistas vêm para cá enganados!


15.2.07

excerto#01

Com aquela cara de homem fingindo estar interessado no papo de uma mulher apenas porque está com vontade de comê-la, com aquela cara de mulher costurando e bordando pensamentos apenas porque está a fim de ser comida por ele, cheguei, caprichei, relaxei, lembrei tudo o que tinha aprendido em Kant e Hegel, repassei toda a teoria dos quanta, a morfologia dos contos de magia de Propp, o Vôo do 14-bis, cheguei e não perdoei: — Tem fogo?
(Paulo Leminski, Agora é que são elas)

12.2.07

a mim ninguém me ligaaaaaa!

fod*-** pá, já ninguém me lê. ninguém me comenta. nada.
sinto-me abandonada. completamente só neste mundo de bits e bytes.
já não basta que, de repente, o mundo tivesse decidido cair inteirinho em cima da minha cabeça???? ãh, ãh, já não basta?
não! ainda tenho que andar a mendigar atenção! por favor, please, please, comentem-me! deixem-me recados larocas! digam que estão aí para o que for preciso! passem-me a mão no pelinho, e digam ah, mulher, isso não é nada. vais ver que passa! daqui a nada já nem te lembras! isso é a vida que é mesmo assim. uma estúpida. uma grande vaca. uma ordinarona.

loool

;)

10.2.07

e por falar em cest la vie

pfffff. em mim qualquer coisa transbordou. é oficial. basta olhar para os meus olhos e perceber que estão submersos.

de repente, todos os meus neurónios começaram a cantar
muda de vida se tu não vives satisfeito
muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
muda de vida, não deves viver contrafeito
muda de vida, se há vida em ti a latejar
(antónio variações)

5.2.07

talvez

eu tenha que vir a arrancar o que eu própria plantei quando as raízes estiverem para lá do coração.

mas, fazer o quê?

como dizem os outros cest la vie!